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Agronomia - O Curso
O Curso de Agronomia do Campus Universitário do Tocantins/Cametá veio atender anseios de formação, no tocante à relação homem da Amazônia Paraense e conhecimentos agrários, dos 05 municípios que mantêm uma relação mais direta com esse espaço acadêmico. Trata-se dos municípios de Cametá (sede do Campus), Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Baião.
Não se perdeu de vista, contudo, que o Curso, no interior de uma Universidade com princípio multicampi, também veio atender à demanda formativa de outras realidades do interlang paraense, como Igarapé Miri, Abaetetuba, Moju, Barcarena e tanto outros municípios desse Estado, principalmente quando se considera que foi o primeiro curso da UFPA presente na região nordeste do Pará, uma vez que Agronomia é uma formação, em termos de graduação, somente presente nos campi de Marabá e Altamira.
Tratou-se, então, de uma nova forma de a interiorização se materializar na Região Tocantina, buscando-se atender a realidade do campo paraense nesse espaço social, permitindo que os movimentos sociais, as comunidades ribeirinhas, sindicatos, colônia de pescadores, dentre outras formas de organização social, tenham condições de ter a Universidade contribuindo com processos de desenvolvimento regional, numa perspectiva sustentável.
Nesse sentido, o Campus avançou na formação universitária para além das Licenciaturas, buscando cursos na modalidade de bacharelado, consituindo-se numa conquista dos sujeitos dessa região.
Identificação do Curso de Agronomia
Os primeiros passos, para a instituição do Ensino Agrícola Superior, no Brasil foram dados, no período Brasil Colônia. D. João VI criou dois cursos práticos de agricultura, em 1812 na Bahia e em 1814, no Rio de Janeiro (FLORENÇANO, ABUD 1999).
Os primeiros cursos de Agronomia da UFPA foram criados em 2002 em dois campi do interior Marabá e Altamira. Contudo, considerando-se a dimensão do Estado do Pará, muitas mesorregiões ainda possuem muita dificuldade de acessar cursos tecnológicos, e os muitos cursos existentes noutras regiões não conseguem contemplar as especificidades diversas. Desta forma, visando atender a reiteradas manifestações e apelos da comunidade local e de toda a região do Baixo Tocantins, estruturou-se mais um curso de agronomia, agora no Campus de Cametá, cuja economia está fortemente fundada na atividade agroextrativista.
O ingresso da primeira turma ocorreu com o vestibular de 2012, contemplando-se 45 alunos, através de processo seletivo seriado. Frente a esse desafio, o Campus Universitário do Baixo Tocantins, com comprovado envolvimento de professores e Entidades apoiadoras, construiu uma graduação em Agronomia com ênfase na Agricultura Familiar e no desenvolvimento agroambiental.
A criação de um curso de Agronomia partiu da necessidade da região do Baixo Tocantins em ampliar a inclusão da população local na rede pública de ensino superior, e principalmente formar profissionais capazes de identificar e interagir de forma positiva e eficaz no cerne das problemáticas rurais. Para isso buscou-se uma organização curricular e metodológica experimental que permite construir/transformar ou adequar o conhecimento cientifico à realidade da região, num processo de permanente troca de experiências e profundos diagnósticos locais, visando garantir que o efeito ação/reação seja o mais adequado possível na relação natureza/homem/sociedade.
No Projeto Pedagógico do Curso de Agronomia, busca-se propiciar ao aluno um ambiente que propicie o desenvolvimento humano, ampliando seu conhecimento, e compreendendo a realidade que o envolve, através de análises críticas dos problemas que enfrentarão no cotidiano. O ensino e a aprendizagem constituem-se práticas contínuas, para que o aluno possa atuar com participação efetiva nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, reconhecendo possibilidades de oportunidades reais, na construção de uma cidadania íntegra, na busca de compreender a sua vida profissional.
A formação do Engenheiro Agrônomo norteia-se na qualidade de ser cidadão íntegro e emancipado politicamente, capaz de conduzir, raciocinar e posicionar-se diante de fatos e acontecimentos, de forma coerente diante de uma sociedade complexa e competitiva. Desta forma, o Curso foi estruturado para que o aluno aja como cidadão atuante e que pense sobre questões sociais, além de estar apto a atuar nas suas atribuições profissionais, sendo capaz de refletir, entender e valorizar a dimensão humana, bem como da capacidade de resiliência da natureza relacionada com a Ciência, Tecnologia e Inovação. O Engenheiro Agrônomo não deverá ter apenas uma formação voltada para o atendimento das demandas do exercício profissional específico, mas também, utilizar seu conhecimento global adquirido nas realizações de ações transformadoras na sociedade em que vive, sendo um extensionista por formação.
Concebe-se, assim, a graduação em Agronomia como uma etapa inicial de formação, e não como um momento de esgotamento do conhecimento, considerando-se que em uma sociedade globalizada, onde as mudanças no conhecimento são cada vez mais aceleradas, permitindo, muitas vezes, mostrar-nos que soluções do passado geram problemas atuais, então, entendemos que a educação continuada é a chave para que o ensino superior acompanhe estas transformações.
Características Gerais do Curso de Agronomia
- Local: Cametá
- Curso: Agronomia
- Modalidade: Bacharelado
- Título Conferido: Engenheiro-Agrônomo
- Forma de ingresso: processo seletivo anual.
- Número de Vagas: 45
- Turno de Funcionamento: Vespertino e noturno
- Modalidade de Ensino: Presencial
- Tempo de Duração: Mínimo 5 Anos; Máximo 8 Anos
- Período Letivo: extensivo
- Regime Acadêmico: seriado
- Carga Horária: 4380 horas
- Atividades Complementares: 120 horas
- Carga Horária Total do Curso: 4500 horas
- Forma de oferta de atividades: semi blocadas e paralela
- Atos normativos do curso: Resolução CNE/CES n° 1, de 2 de fevereiro de 2006.
Diretrizes Curriculares do Curso
O Projeto Pedagógico do Curso de Agronomia da UFPA foi elaborado, considerando as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia (Resolução CNE/CES n° 1, de 2 de fevereiro de 2006), que prevê:
- Como competências e habilidades esperadas do Agrônomo a ser formado, um conjunto de atividades previstas, que garantam a coexistência de relações entre teoria e prática, como forma de fortalecer os elementos fundamentais para a aquisição de conhecimentos e habilidades necessários à concepção e à prática da Engenharia Agronômica, capacitando o profissional a adaptar-se de modo flexível, crítico e criativo frente a novas situações;
- Que o aluno entenderá e saberá quais as diversas faces da Engenharia Agronômica através das diferentes disciplinas profissionalizantes do curso, que são calcadas nas disciplinas básicas;
- Que o estágio curricular obrigatório dá ao aluno um entendimento da realidade profissional e um melhor aproveitamento das disciplinas que constituem o currículo do Curso. Todos estes conhecimentos devem e precisam ser despertados no aluno, com auxílio dos professores e estes através de suas disciplinas. Estas atividades devem ser eminentemente práticas;
- Que as avaliações dos alunos deverão basear-se no conhecimento, habilidades e atitudes;
- Que se adotem metodologias e critérios para acompanhamento e avaliação do processo de ensino aprendizagem e do próprio curso, em consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definido pelo IES a qual pertence.
Fundamentos Norteadores do Projeto Pedagógico
O Projeto Pedagógico do Curso, implantado em 2012, assume os seguintes princípios norteadores:
- inserção do aluno em cenários de prática desde o início da graduação;
- interdisciplinaridade;
- articulação com a sociedade civil;
- trabalho em equipe;
- articulação ensino-pesquisa-extensão;
- avaliação formativa;
- mudanças de posturas de professores e alunos;
- metodologias mais ativas de ensino e aprendizagem;
- problematização do ensino;
- avaliação contínua durante todo o processo;
- desenvolvimento do docente.
Objetivos do Curso
Formar Engenheiro Agrônomo apto a planejar, executar, avaliar e otimizar a atividade agropecuária. Baseado cientificamente, este profissional deverá ser capaz de interpretar, analisar, promover, orientar e administrar de maneira crítica, comprometido com o desenvolvimento agroambiental, compreendendo a diversidade e necessidades sociais do meio rural, promovendo melhorias na qualidade de vida do homem rural (em especial o agricultor familiar), dando ênfase a este segmento que permanentemente vem sendo ignorado ou contemplado em segundo plano.
Perfil do Profissional a ser formado
O Curso de Graduação em Agronomia tem como perfil do formando egresso/profissional, o Engenheiro Agrônomo, com formação generalista, humanista, crítica, criativa e reflexiva, capacitados a atuar em princípios éticos que tratam o Art. 5° (I, II, III e IV) da Resolução CNE/CES n° 1, de 2 de fevereiro de 2006, no processo de sólida formação científica e profissional geral que os capacite a absorver e desenvolver tecnologias, em entendimento às demandas da sociedade.
O formando deverá estar apto a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidade, com relação aos problemas tecnológicos, sócio-econômicos, gerenciais e organizativos, bem como utilizar racionalmente os recursos disponíveis, além de conservar o equilíbrio do ambiente.
Este aspecto dinâmico só é viável dentro de uma estrutura como a das Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação na área de Ciências Agrárias, que permite definir diferentemente o perfil dos egressos e, adaptar este perfil, às rápidas mudanças do mundo moderno. A definição do perfil dos egressos está ligada à clara definição das capacidades criativas, das responsabilidades e das funções que docentes, discentes e membros da sociedade poderão vir a exercer.
Competências e Habilidades
O Currículo do Curso de Agronomia da UFPA de Cametá dará condições aos egressos para adquirirem competências e habilidades segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia a fim de:
a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e especificar técnica e economicamente projetos agroindustriais e do agronegócio, aplicando padrões, medidas e controle de qualidade;
b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos, com condutas, atitudes e responsabilidade técnica e social, respeitando a fauna e a flora e promovendo a conservação e/ou recuperação da qualidade do solo, do ar e da água, com uso de tecnologias integradas e sustentáveis do ambiente;
c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário interagindo e influenciando nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais;
d) produzir, conservar e comercializar alimentos, fibras e outros produtos agropecuários;
e) participar e atuar em todos os segmentos das cadeias produtivas do agronegócio;
f) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão; g) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo, do trabalho, adaptando-se às situações novas e emergentes.
O curso proposto é projetado para formar e habilitar profissionais com capacidade crítica, aptidão e intervenção (re) construtiva do social, preparados tecnicamente para a sua escolha ocupacional, habilitados para atuação junto aos agentes sociais do desenvolvimento regional e nacional para melhoria do futuro brasileiro e da comunidade local.